quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Avatar: A Lenda de Aang - Livro Três: Fogo – Resenha Crítica

Após longos cinco meses, enfim chega a Sala Reclusa a terceira e decisiva temporada de uma das melhores séries animadas dos últimos tempos, o livro do fogo marcou o final da Lenda de Aang. Destaco a terceira temporada como a pior das três, devido o desgaste por ser um seriado com mais de vinte episódios por temporada, acabou faltando história para o final, apesar de tudo, o final é espetacular, genial e empolga todo e qualquer amante de série de animação.
O desfecho decisivo da melhor série animada dos últimos tempos. (Divulgação)

Confira também

Livro 1 – Água

Livro 2 - Terra

Livro 3 – Fogo

Lançamento – 2007

Episódios – 21

Vilão – Senhor do Fogo Ozai

Água, terra, fogo... Ar! Nos momentos finais da jornada rumo à busca pela paz dos povos, Aang, Sokka, Katara e Toph rumam para o Nação do Fogo, o garoto avatar precisa aprender a dobra de fogo antes que a guerra seja vencida pelo Senhor do Fogo Ozai. A Nação cresce a medida que Azula conquista Ba Sing-Se  e ainda consegue recrutar o príncipe Zuko de volta para o fogo, o menino está cada vez mais forte, como também vive um turbulento momento de conflito ideológico.

Em terras inimigas, Aang se infiltra na escola do fogo e começa a aprender um pouco da dobra com os novos colegas, rapidamente o avatar se enturma e conquista a simpatia de todos. É impressionante a paz de espírito que Aang possuía, é um carisma raro que não vimos, por exemplo, em Korra (tema para o próximo post do universo Avatar). O grande problema da temporada é que os produtores programaram 21 episódios, com isso, muitos dos episódios acabaram não sendo importantes, estando ali somente para encher linguiça e para que o objetivo fosse cumprido.

A batalha do Cometa Sozin é eletrizante,
o final é surpreendente. (Divulgação)
Recordo-me de vários episódios desnecessários, como por exemplo A Praia, toda a juventude do Reino do Fogo (Zuko, Azula, Mai e Ty Lee) lavam a roupa suja, desabafam, é péssimo! Ao mesmo tempo, temos episódios que encheram linguiça que são bem legais, como O Mestre de Sokka, um espadachim do fogo se compromete em ensinar o jovem da Tribo da Água, é realmente muito bom. Em meio a episódios fracos e interessantes, temos uma retrospectiva de toda a série no episódio Os Atores da Ilha Ember, a produção conseguiu transformar uma ideia clichê em muito bacana, onde um grupo de atores reproduzem toda a saga de Aang em uma peça de teatro, o desfecho da história é fantástico, já que os atores pertenciam ao Reino do Fogo, no fim da peça, o Senhor Ozai vence Aang, é a prévia perfeita para os quatro e decisivos episódios finais. Quase todas as séries estadunidenses apresentam um episódio que relembra tudo o que já passou, em A Lenda de Aang a ideia foi muito criativa.

Voltando a falar de carisma, é impressionante como ambos os cinco personagens principais (Aang, Katara, Sokka, Toph e Zuko) são carismáticos, conquistando os povos por onde passam, isso se torna bem claro com o desenrolar do livro do fogo, destacando que eles já cruzaram a Tribo da Água, Reino da Terra e a Nação do Fogo. Além deles, tio Iroh, o mestre de Zuko que acabou traído por seu sobrinho no final da segunda temporada também tem um papel crucial no desfecho da jornada, o antigo Senhor do Fogo é membro da Lótus Branca, uma ordem dedicada à partilha de conhecimentos gerais e de artes marciais, além de filosofia. Segundo a tradição budista, a flor de Lótus é associada à pureza, à perfeição espiritual e mental e ao renascimento. Uma das flores mais belas nasce em meio à lama, superando as dificuldades e produzindo beleza, inspirando um caminho de purificação e de transcendência em relação a tudo que é considerado impuro no mundo.

Membros da Ordem da Lótus Branca

Dobradores de Água notáveis: Mestre Pakku

Dobradores de Terra notáveis: Rei Bumi

Dobradores de Fogo notáveis: Iroh , Jeong Jeong

Dobradores de Ar notáveis: Monge Gyatso (antes do genocídio dos nômades do ar)

Se aproximando do desfecho da série, a produção preparou quatro episódios para a chegada do Cometa Sozin, onde o Ozai precisaria do eclipse solar para se tornar invencível por um momento, esse crucial para derrotar o avatar e se tornar o senhor de todos os reinos. No filme final (O Cometa Sozin), Zuko abandona a Nação do Fogo e se une ao grupo de rebeldes de Aang, Zuko era a peça que faltava, se tornando o mestre da dobra de fogo do avatar. Enquanto isso, Aang passa por momentos de conflitos, reencontrando o equilíbrio em uma ilha antiga, um deus dos primórdios que distribuía as dobras na antiguidade, o Leão/tartaruga/ilha ensina a Aang como dominar o raio e devolve ao avatar a paz necessária.

Na sequência, Ozai inicia seu plano, tomar o Reino da Terra e derrotar o avatar, o seu poder cresce com a chegada do Cometa Sozin. A batalha dura dois episódios, a guerra é dividida em várias partes, de um lado, Toph, Sokka e companhia duelam contra os dirigíveis da Nação do Fogo tomando o Reino da Terra, de outro, temos Zuko e Katara em um duelo Agni-Kai contra Azula e ainda a batalha final entre Aang e Ozai. Azula vence Zuko, mas o que empolga mesmo é a luta contra Katara, a jovem da Tribo da Água termina a temporada mostrando a experiência que ganhou durante os três anos de série, o desfecho é fantástico.

Contudo a batalha final é a coisa mais inexplicável que as séries animadas já produziram no século XXI, Ozai e o cometa são quase imbatíveis, mas quem pode contra um avatar enfurecido e conseguindo controlar o seu estado de maior poder? Ninguém! E foi dessa forma que Aang encontrou seu equilíbrio e trouxe a paz para o mundo, sendo obrigado a retirar a dobra de fogo do Senhor do Fogo, não existe humilhação maior. A luta é épica, os quatro episódios finais salvaram a temporada de muitos altos e baixos e Avatar: A Lenda de Aang tem um final bastante digno, onde todos os reinos se unem e selam um acordo de paz, Zuko é coroado o Senhor do Fogo e Aang é exaltado por ter trazido a paz.
A paz reina em Ba Sing-Se, o final pacificador de A Lenda de Aang. (Divulgação)

Top 3 – Episódios

3 – Os Atores da Ilha Ember: Em uma temporada tão limitada se formos comparar as anteriores, Os Atores da Ilha Ember se sobressaem, tendo em vista a criatividade da produção em transformar um episódio chato de retrospectiva se tornar uma peça de teatro no meio do próprio universo das personagens, intriga o espectador e os próprios protagonistas.

2 – A Rocha Fervente (parte 1 e 2): Em A Rocha Fervente, Sokka vai em busca da libertação de seu pai, numa prisão dentro de um vulcão, é na parte 1 e 2 do episódio que vemos um entrosamento de quase todos os personagens, Zuko conquista de vez a confiança dos rebeldes e Azula é traída por suas duas amigas de infância, beirando a loucura.

1 – O Cometa de Sozin (parte 1, 2, 3 e 4): Não poderia faltar o desfecho épico da melhor série animada dos últimos tempos, na batalha do Cometa Sozin, Aang e Ozai duelam por soberania, integração dos reinos e, é claro, por paz. Nos quatro episódios tem de tudo, reviravoltas, batalhas fantásticas e o emocionante final da série, vale a pena cada minuto.

Top 3 – Personagens

3 – Katara: A garota deixou de ser criança, ministrou o avatar durante toda a jornada e foi fundamental no desfecho da guerra, derrotando Azula e dobrando até o sangue dos inimigos, Katara foi quem mais evoluiu do início para o final da série, por isso figura a minha lista.

2 – Zuko: Amadurecido, o Príncipe Zuko precisou retornar a Nação do Fogo para tomar consciência de que o certo era se rebelar contra seu pai e roubar o seu posto, se tornando o Senhor do Fogo e equilibrando os quatro reinos (lembrando que só existia um Nômade do Ar, o próprio avatar).

1 – Aang: Protagonista, carismático, Aang deixou seu lado menino para assumir a responsabilidade de avatar, trazendo o equilíbrio aos povos, recuperando o clã do ar, resgatando a Lótus Branca e selando a paz com a Nação do Fogo, foi o melhor dentre todos os avatares.

Bônus – O Homem Combustão: Esse personagem não tem o menor sentido, mas o seu nome é muito legal, vale a menção honrosa.
Chega ao fim a jornada de Aang, surgindo, anos depois, Korra e sua trupe, uma série tão boa quanto a sua antecessora, mas que só será tema nas próximas postagens.

Yip yip!